Com esculturas feitas a partir de metais retirados da sucata (alumínio, bronze, etc), o escultor pernambucano, Jurandir Maciel, conta histórias do Nordeste e de sua gente, na exposição “Brasil/Nordeste”, que será aberta na próxima quarta-feira (04), às 19h30, no Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa. A mostra ficará aberta a visitação pública até o dia 31 de janeiro.
A “Brasil/Nordeste” reúne trabalhos de Jurandir dos últimos 17 anos. Para materializar as obras, o artista transforma sucata, retirada do meio ambiente (tampas, panelas, latas, etc), em esculturas que enfocam as características do Nordeste e de sua gente: o trabalho, as crenças, os personagens, os folguedos, a gastronomia, a paisagem, a fauna, a flora, lendas, causos e outros tantos elementos que compõem a pluralidade regional.
“Quando realizo este trabalho tenho a impressão de que estou cooperando com algo que é responsabilidade de todos: manter a preservação e a harmonia, para minimizar a agressão ao meio ambiente e agregar alternativas que proporcionem bem estar às comunidades”, diz o escultor.
Com este trabalho, Jurandir Maciel agrega ainda mais valores a esse já riquíssimo acervo da arte paraibana. “Sinto-me honrado e feliz em dividir espaço com nomes tão ilustres e que tão bem representam a Paraíba quiçá o Brasil”, falou.
O trabalho de Jurandir não se esgota no caráter estético da arte que desenvolve desde os anos 80, quando participou de exposições, mostras e eventos, realizando projetos em parceria com arquitetos e outros profissionais, conquistando prêmios em várias oportunidades. Participou de exposições coletivas e individuais em diversos espaços e tem peças instaladas na Paraíba, Alagoas, Pernambuco, Maranhão e Manaus, além de outras, adquiridas por colecionadores de vários países.
Em João Pessoa, há sete esculturas espalhadas por João Pessoa e que chamam bastante atenção pela semelhança com as personalidades retratadas: Ariano Suassuna (Teatro Pedra do Reino); Augusto dos Anjos (Academia Paraibana de Letras); Barão do Rio Branco (Praça do mesmo nome); Caixa D´Água (Praça Aristides Lobo); Jackson do Pandeiro (Praça Rio Branco); Livardo Alves (Ponto de Cem Réis) e Nossa Senhora da Penha (Praia da Penha).
A obra dele vem sendo reconhecida por arquitetos e artistas de projeção internacional. O escultor Abelardo da Hora disse que “as esculturas de J Maciel têm uma bela modelagem e um desenho muito equilibrado que é quase musical na sua rítmica volumétrica. É um escultor sério e um artista consciente de sua missão”.
Francisco Brennand referendou: “considero J Maciel um dos grandes escultores do Recife, com firmeza e traço pessoal. As esculturas de JM, que nada têm de ingênuas, não só se devem à influência do mestre Abelardo da Hora, como também à de dois grandes mestres franceses Henri Laurens e Jacques Lipschitz, além do genial inglês Henry Moore. É profissionalmente completo, pode enveredar por um trabalho clássico ou acadêmico porque tem estrutura pra isso”.
“Esculpo para aqueles a quem amo e não para mim. Desenvolvo meu trabalho para os que também vêm na arte, o cultivo de nossa história e um instrumento e proteção ao nosso patrimônio natural, procurando exercer da melhor forma minha missão de artista”, declarou Maciel.
Em 2016, Jurandir instalou o Museu J. Maciel, no Centro Histórico de João Pessoa (próximo ao Hotel Globo), com esculturas, monumentos, gravuras, troféus, pinturas, em bronze, alumínio, mármore, gesso e concreto. O local é aberto de domingo a domingo, inclusive feriados, das 09 às 12h30 e das 14h30 às 17h30.
Serviço
O que: Exposição “Brasil/Nordeste”, do escultor pernambucano, Jurandir Maciel
Quando: de 04 a 31 de janeiro, com abertura solene no dia 04 de janeiro de 2017, às 19h30
Onde: Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa
Valor: entrada gratuita
Contatos:
Jurandir Maciel
(81) 9-9959.9021
(81) 9-8214.8200
Museu J Maciel - 3221.5982