No Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou que o antissemitismo continua a proliferar no mundo atual, ao lado de “um profundo e perturbador crescimento do extremismo, da xenofobia, do racismo e do ódio contra os muçulmanos”.
Segundo ele, seria um erro perigoso imaginar que o Holocausto é simplesmente o resultado da insanidade de um grupo de criminosos nazistas. “Ao contrário, o Holocausto foi o apogeu de milênios de ódio, culpabilização e discriminação contra os judeus, o que nós agora chamamos de antissemitismo”, disse em mensagem de vídeo.
“Hoje, honramos as vítimas do Holocausto, uma tragédia incomparável na história da humanidade. O mundo tem o dever de lembrar que o Holocausto foi uma tentativa sistemática de eliminar o povo judeu e tantos outros”, declarou.
Para Guterres, “tragicamente, e ao contrário da nossa vontade, o antissemitismo continua a proliferar”. “Temos visto um profundo e perturbador crescimento do extremismo, da xenofobia, do racismo e do ódio contra os muçulmanos. Irracionalidade e intolerância estão de volta”, completou.
Essa situação é uma completa disparidade aos valores universais consagrados na Carta das Nações Unidas e na Declaração Universal dos Direitos Humanos, declarou. Segundo o secretário-geral, “nunca podemos permanecer em silêncio ou indiferentes enquanto seres humanos estiverem sofrendo”. “Sempre devemos defender os vulneráveis e levar os opressores à justiça”.
A data deste ano tem como tema a educação como provedora de um futuro melhor. “Depois dos horrores do século 20, não deveria haver nenhum espaço para a intolerância no século 21. Eu garanto a vocês que, como secretário-geral das Nações Unidas, estarei na linha de frente da batalha contra o antissemitismo e todas as formas de ódio”.
“Vamos construir um futuro de dignidade e igualdade para todos — e assim honrar as vítimas do Holocausto, que nós jamais permitiremos que sejam esquecidas”, concluiu.
Foto: Memorial do Holocausto em Berlim, na Alemanha. Foto: Anders Adermark/Flickr (CC)
Fonte: ONU Brasil